Com impressionantes US$ 2 trilhões em investimentos mundiais, a chamada transição energética de baixo carbono — processo de mudança dos sistemas de produção e consumo de energia — representa agora 30% da geração global da eletricidade no planeta.
Mas se engana quem pensa que as nações estão investindo em energias renováveis somente porque elas são mais limpas e sustentáveis: expandir a geração de energia renovável pode fortalecer a segurança energética, reduzir a dependência de combustíveis fósseis e impulsionar economias resilientes.
A CNN analisou seis das maiores inovações tecnológicas que estão impactando o crescimento da indústria renovável e tornando mais factível um possível futuro verde. Confira abaixo.
1. Células solares de perovskita

Desde que os materiais de perovskita foram incorporados a uma célula solar, em 2009, esses dispositivos estão revolucionando a energia solar, com um crescimento de eficiência de 3% para os 25% atuais, competindo com os painéis de silício tradicionais.
Células tandem estão empilhando perovskita e silício e superando os limites deste semicondutor sozinho, em 30%. Outras novidades incluem encapsulamento protetor e novos materiais aprimorados para superar os problemas de degradação por umidade, oxigênio e calor.
2. Hidrogênio verde turbinado

Embora a eletrólise da água seja conhecida há mais de um século, a integração eficiente de energias renováveis (solar e eólica) com eletrolisadores de larga escala para produção industrial de hidrogênio representa um avanço tecnológico significativo para viabilizar uma produção massiva de energia.
As inovações não param por aí e incluem dessalinização integrada e tratamento de águas residuais para superar a escassez hídrica. A convergência dessas tecnologias promete viabilizar a descarbonização de setores industriais tradicionalmente dependentes de combustíveis fósseis.
3. Painéis solares bifaciais

Embora constituam uma tecnologia já conhecida, os painéis solares bifaciais, que capturam luz solar pelos dois lados, estão incorporando alguns avanços notáveis, como sistemas de rastreamento solar inteligente, para otimizar o posicionamento, e novos backsheets (filmes protetores) mais transparentes.
A adoção das inovações, bem como uma redução drástica nos custos de produção em escala, está tornando essa tecnologia dos anos 1980 comercialmente viável. Hoje a opção representa mais de 90% dos módulos simulados globalmente em 2024.
4. Novas fazendas solares flutuantes

Outra tecnologia que alcançou, finalmente, viabilidade comercial, as fazendas solares flutuantes, ou “floatovoltaics”, estão ganhando popularidade na Ásia. Além dos projetos originais no Japão, o projeto Anhui, na China, tem capacidade instalada de 70 MWp (megawatts pico).
Recentemente, a China implantou um novo megaprojeto, combinando energia solar fotovoltaica flutuante, energia eólica e armazenamento de energia (baterias): o complexo de energia renovável híbrido das Três Gargantas, com capacidade total instalada de 22,5 mil megawatts (MW).
5. Novidades tecnológicas em turbinas eólicas

Importantes inovações estão transformando o setor eólico. A primeira delas, turbinas com pás maiores, aumentam a captação de energia mesmo com ventos fracos. A novidade tem sido usada em modelos flutuantes de parques offshore em águas profundas.
Outro avanço são as turbinas de eixo vertical (VAWTs nas iniciais em inglês), ideais para áreas urbanas e ventos irregulares por captarem vento de qualquer direção. Aos poucos as grandes estruturas de aço vêm sendo substituídas por torres de madeira, tornando a energia eólica mais eficiente e sustentável.
6. IA e tecnologia de gêmeos digitais em sistemas de energia

Outra tecnologia que está revolucionando os sistemas de energia mundiais, a inteligência artificial (IA) consegue prever, com alta precisão, a demanda e o fornecimento de eletricidade. Isso permite ajustes na operação da rede, redução de custos, otimização de recursos e aumento da estabilidade.
Já os gêmeos digitais, tecnologia que cria réplicas virtuais de equipamentos e estruturas reais — como turbinas ou subestações —, permitem simulações detalhadas e testes sem risco, o que melhora o planejamento e a manutenção dos sistemas, tornando a transição energética mais segura, eficiente e confiável.