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Renato Livera sobre “Guerreiros do Sol”: “Faceta importante do Brasil”

A novela “Guerreiros do Sol” chegou ao catálogo do Globoplay no último dia 11 de junho, apresentando ao público uma história centralizada em Rosa (Isadora Cruz) e Josué (Thomás Aquino), personagens livremente inspirados em Maria Bonita e Lampião, o casal de cangaceiros mais famoso do Brasil.

Com 45 capítulos, o folhetim de George Moura e Sergio Goldenberg mescla romance, intrigas, violência e outros elementos típicos de um melodrama. Entre os nomes escalados no elenco da obra está Renato Livera, 43, que, além de completar 29 anos de carreira em 2025, também faz seu retorno à TV após participar de “DOM”, série do Prime Video.

Em conversa com a CNN, o ator conta que quem está no ar sabe o trabalho que foi materializar a época e a história de maneira bonita e impactante. “Não é a toa que é um sucesso. Os ingredientes da trama são muito bem distribuídos, isso faz a gente habitar com segurança um universo possível, como o de Santa Cruz”, garante.

“‘Guerreiros do Sol’ foi um grande presente. Agradeço à produtora de elenco Márcia Andrade por me ouvir e apresentar o vídeo que gravei num momento tão sensível da minha vida, minutos após meu pai sair de uma cirurgia do coração. Assim que ela me ligou dizendo que eu fazia parte do time, não tive dúvida que seria uma jornada especial, um trabalho feito de peito aberto. Assim foi”, acrescenta.

Na produção, Livera dá vida a Laureano, um policial que não traz vínculos éticos, nem com a lei, muito menos com as pessoas que o cercam. “Somado a isso, o impulso violento e a covardia as quais ele recorre para alcançar os próprios objetivos, mostram que ele é capaz de tudo”, afirma.

“É um policial que, durante anos, viveu uma relação abusiva com o chefe, constantemente humilhado e desautorizado. Alimentou o ódio e revolta para virar o jogo, e na ganância pelo poder, dança conforme a música, sempre de acordo com a conveniência do momento”, explica.

Ricardo Livera é Laureano em "Guerreiros do Sol" • Arquivo Pessoal
Ricardo Livera é Laureano em “Guerreiros do Sol” • Arquivo Pessoal

Amor em tempos de guerra

Segundo o texto da sinopse, “Guerreiros do Sol” é, sobretudo, uma história de amor em tempos de guerra, ambientada a partir de um Brasil repleto de contradições.

“O amor e a guerra são duas forças opostas, ao mesmo tempo complementares, que podem destruir ou reconstruir algo poderoso. É um contraponto essencial, uma resiliência do espírito humano e uma capacidade de encontrar afeto mesmo nas circunstâncias mais difíceis”, reflete o ator.

“Personagens como Josué, Rosa e tantos outros, que ilustram de maneira tão marcante essa narrativa, representam uma faceta importante da cultura e da história do Brasil. Ao humanizar esses indivíduos, a novela acaba desmistificando preconceitos e apresentando suas motivações, conflitos e modo de vida de forma autêntica”, adiciona.

Para Renato, a obra explora um Brasil em um período complexo, muitas vezes mal compreendido. “Num país estruturado pela violência do machismo e do patriarcado, é bonito e fundamental acompanhar a trajetória dessas personagens que desfiguram os padrões e fazem o público questionar”, entrega.

“Cheguei calado, ouvindo com quem eu precisava aprender”

Renato Livera

Antes mesmo de dar início ao processo criativo para entender quem era o seu personagem e qual tom ele merecia, Ricardo se deparou com uma frase que nortearia todo o seu trajeto. “Todo corrupto é contra corrupção do outro e a favor da sua”, recorda.

“Não sei de quem é, mas é com ela que segui. O Brasil é cheio de gente corrupta contra a corrupção. Se olhar para o lado, está lá entre os parentes. Laureano é um desses que clamam sempre a Deus depois de cometer um crime. As falas são rastejantes. Ele rasteja em volta da vítima e não gasta seu veneno antes do tempo. Ele tem uma mediocridade sólida. É covarde e oportunista. Essas características apontam os caminhos”, detalha.

A criação, então, continuou a partir de leituras que o aproximassem o máximo possível daquela figura. “Comecei a ler o livro homônimo ‘Guerreiros do Sol: Violência e Banditismo no Nordeste do Brasil’, de Frederico Pernambucano de Mello, para entender sobre o que estávamos falando”, conta.

“Eu praticava o sotaque 24 horas por dia, até dentro de casa com a família. Neste caso, por ser uma novela que se passa no nordeste brasileiro, é especial. A primeira coisa que fiz foi chegar calado, ouvindo, convivendo com quem eu precisava aprender”, diz.

Ricardo Livera é Laureano em "Guerreiros do Sol" • Arquivo Pessoal
Ricardo Livera é Laureano em “Guerreiros do Sol” • Arquivo Pessoal

Enredos reais e possibilidades do streaming

Considerada uma das principais apostas da teledramaturgia do ano, “Guerreiros do Sol” garantiu o seu lugar na agenda brasileira justamente por apresentar um enredo em que maiores confrontos reais são, de fato, bem trabalhados, assim como aspectos como nudez e um relacionamento homoafetivo de qualidade.

Em novelas de TV aberta, muitas das vezes tais questões são barradas, mesmo diante das fortes críticas nas redes sociais. Quando questionado sobre sua avaliação diante desse cenário de maior liberdade, o ator defende que são diversos fatores envolvidos – desde a forma da obra, a plataforma e as mudanças culturais em curso.

“As redes abertas tem uma maior rigidez com a regulamentação e, por não oferecer um controle opcional, acabam atingindo um público amplo, isso envolve crianças, pessoas mais conservadoras e que, muitas vezes, não têm como escolher o conteúdo que assiste”, comenta.

Por sua vez, no streaming, a flexibilidade é maior. “Isso é muito importante para as produções e para a própria cultura, pois é uma forma de ampliar as reflexões e a consciência, como é o caso do relacionamento homoafetivo entre dois homens do cangaço e entre duas mulheres de 1930”, destaca.

“É a oportunidade de refletir sobre fatos tão caros à nossa sociedade. Além do machismo e do patriarcado, o coronelismo, as disputas de terras, a detenção de poder sobre as chamadas minorias, pedofilia, parricídios, crueldades que constituíram a história do país e que ainda hoje são marcas presentes na sua identidade. Isso aponta para um caminho onde a diversidade de histórias e formas de contar tende a crescer, refletindo um Brasil mais plural e menos engessado”, conclui.

 



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