A Polícia Civil do Paraná deflagrou nesta terça-feira (24) uma operação que mira criminosos que teriam desviado mais de R$ 1 milhão de salários de jogadores de futebol. A ESPN confirmou que o atacante Gabigol, do Cruzeiro, e o zagueiro Walter Kannemann, do Grêmio, são duas das vítimas — a informação foi dada inicialmente pela TV Globo.
Em entrevista coletiva, o delegado Thiago Lima, do Núcleo de Combate aos Cibercrimes da Polícia Civil, afirmou que um desvio foi de R$ 800 mil; o outro, R$ 400 mil; totalizando R$ 1,2 milhão. A Polícia Civil de Rondônia também deflagrou uma ação simultânea. As denúncias chegaram às autoridades por meio de instituições financeiras.
Os criminosos teriam falsificado documentos dos atletas e aberto contas para solicitar a portabilidade de salários. Quando o desvio era concluído, o dinheiro roubado era disseminado por meio de transferências para outros membros da organização, a fim de dificultar o trabalho de uma possível investigação.
À ESPN, a delegada Simone Barbieri, da 1ª Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO), da Polícia Civil de Rondônia, afirmou que os suspeitos são de Mato Grosso, Paraná, Amazonas e Rondônia.
“Na manhã de hoje nós cumprimos 86 medidas cautelares entre prisão, busca e apreensão, quebra de sigilo bancário, fiscal e sequestro de bens para ressarcir o prejuízo. Foram pedidos nove mandados de prisão, mas aqui em Porto Velho foram cumpridos cinco”, afirmou.
O delegado Thiago Lima não descartou que outros jogadores famosos tenham sido vítimas de desvios.
“A documentação chegou para nós no fim do ano de 2024. Na análise do material, o início foi em agosto ou setembro de 2024. Apreendemos muito material, mais de 15 celulares, documentos, vamos identificar se pode haver outras vítimas famosas ou pessoas comuns”, disse.
O suposto líder da organização foi preso em Curitiba nesta manhã.
“Ele tinha dois mandados [de prisão], nosso e de Rondônia, de um homem que aparentemente era o líder, responsável pela manutenção das contas e pela movimentação dos valores. Além dos dois mandados de prisão, tinha três ou quatro passagens por crimes de estelionato eletrônico”, relatou o delegado.