Utilizamos teclados diariamente em nossos computadores pessoais, smartphones e tablets, sem muitas vezes conhecer a história que deu origem ao teclado padrão moderno e por que ele é como é.
Os teclados começaram a ganhar a forma que conhecemos hoje com as máquinas de escrever. A primeira delas a ser patenteada, em 1714, foi desenvolvida pelo engenheiro inglês Henry Mill.
Contudo a máquina de escrever é um daqueles adventos que eram desenvolvidos por diversos inventores diferentes ao mesmo tempo. Historiadores estimam que a máquina de escrever tenha sido “inventada” cerca de 52 vezes.

Ao longo de boa parte dos séculos XVIII e XIX, essas máquinas foram criadas nas mais diversas formas e tamanhos. Destaca-se inclusive, uma máquina de escrever criada por um brasileiro em 1861: o padre e tipógrafo Francisco João de Azevedo.

Em 1868, o norte-americano Christopher Latham Sholes vendeu a primeira máquina de escrever com um teclado com um novo layout que ele havia criado: o QWERTY, mesmo layout que utilizamos (com algumas adaptações) nos computadores contemporâneos.
Os principais objetivos do QWERTY eram diminuir a velocidade de digitação, para evitar o travamento das teclas nos mecanismos das máquinas, como também para servir aos operadores de telégrafos da época, que transcreviam código Morse.
Foi a adoção do QWERTY pela fabricante Remington que garantiu seu sucesso comercial e seu predomínio na maioria dos teclados produzidos nas décadas seguintes.

No início do século XX, August Dvorak e William Dealey apresentaram ao mundo o Teclado Simplificado Dvorak, que em diversos aspectos, era melhor que o QWERTY.
Contudo, a maior parte das máquinas de escrever bem-sucedidas das décadas anteriores possuíam teclados com layout QWERTY, com o qual os datilógrafos já tinham também se acostumado. Por conta disso, o QWERTY continuou predominante nas décadas seguintes, nas máquinas de escrever e, posteriormente, nos computadores pessoais.
Entre o final do século XIX e início do século XX, surgiram as primeiras máquinas de escrever elétricas, que traziam novos avanços na parte de digitação e correção de erros. Alguns dos principais nomes dessa indústria foram, Blickensderfer Manufacturing Company, Northeast Electric e IBM.
Os modelos eletrônicos, da segunda metade do século XX, já traziam teclados semelhantes aos dos computadores em termos de estrutura eletrônica. Vale mencionar que os teletipos (sucessores dos telégrafos) e os cartões perfurados também participaram da evolução dos teclados.
Em meados dos anos 80, a IBM lançou, para os novos computadores, os teclados Model M, já bem semelhantes aos atuais em design (já com mais de 100 teclas) e funcionamento (comandos enviam sinais elétricos para um chip no computador).

Nas décadas seguintes, esses teclados eletrônicos foram ficando mais leves, compactos, silenciosos, ergonômicos, e recebendo aprimoramentos tecnológicos, como iluminação.
O layout predominante até hoje é o QWERTY, herdado das máquinas de escrever. Contudo, o design de Dvorak não foi esquecido. Ele permanece até como uma segunda opção de teclado digital na maioria dos sistemas operacionais de computadores e telefones celulares em touchscreen.