A recente tentativa do governo Lula de aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para compensar o déficit fiscal resultou em uma derrota significativa no Congresso, evidenciando o crescente desgaste nas relações entre o Executivo e os parlamentares.
Em maio de 2025, o Ministério da Fazenda anunciou a elevação das alíquotas do IOF, visando arrecadar cerca de R$ 20 bilhões em 2025 e R$ 40 bilhões em 2026 A medida, no entanto, encontrou resistência imediata tanto no Congresso quanto no setor produtivo. Uma coalizão de 19 frentes parlamentares, representando diversos setores econômicos, acusou o governo de “” aprofundar a asfixia econômica”” e comprometer a capacidade de investimentos e geração de empregos. ( www 1 folha.uol.com.br
A oposição no Congresso também reagiu com força, apresentando Projetos de Decreto Legislativo (PDLs) para derrubar o aumento do IOF. No entanto, historicamente, esses projetos têm baixa taxa de sucesso, com apenas 0, 3 % dos PDLs aprovados nos últimos 20 anos. ( cnnbrasil.com.br
Especialistas apontam que a escolha do IOF como instrumento para aumentar a arrecadação reflete a percepção do governo de que não consegue avançar com outras medidas no Congresso. Jeferson Bittencourt, ex-secretário do Tesouro, afirmou que a decisão indica que o governo “” não consegue passar mais nada no Congresso”” ( cnnbrasil.com.br
Além disso, a falta de articulação política tem sido fator agravante. Líderes parlamentares têm cobrado maior participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas discussões, uma vez que o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, estaria sobrecarregado. ( cnnbrasil.com.br
A situação é ainda mais complexa devido à fragmentação da base governista. Estudos indicam que a coalizão do governo é composta por número elevado de partidos heterogêneos, dificultando a formação de uma base sólida e coesa no Congresso. ( infomoney.com.br
Em suma, a derrota do governo Lula na tentativa de aumentar o IOF expõe não apenas a fragilidade da articulação política, mas também a crescente dificuldade em formar uma coalizão estável no Congresso, elementos que podem impactar significativamente a governabilidade nos próximos anos.
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