A morte da brasileira Juliana Marins, de 24 anos, confirmada por familiares nesta terça-feira (24), reacendeu o debate sobre a segurança em trilhas desafiadoras como a do Monte Rinjani, na Ilha de Lombok, na Indonésia.
Em agosto de 2022, no mesmo local, o israelense Boaz Bar Anam, de 37 anos, caiu cerca de 200 metros após escorregar enquanto fazia fotos com um grupo de trilheiros.
Michael Morozov, melhor amigo da vítima, não estava presente na trilha, mas acompanha o caso desde então. “As pessoas tiravam fotos e, em determinado momento, Boaz entregou o celular a outro turista. Ao se levantar, ele perdeu momentaneamente o equilíbrio e caiu”, relatou Morozov.
Em entrevista à CNN, ele contou que, na época, os socorristas também enfrentaram dificuldades para chegar ao terreno íngreme. Assim como no caso de Juliana, drones foram usados para localizar o corpo, que só foi resgatado cerca de uma semana após a queda.
“A operação foi arriscada e complicada. Só posso presumir que nada mudou em termos de segurança no local, o que é lamentável”, afirmou.

Morozov também destacou os entraves de comunicação durante as buscas, já que Israel e Indonésia não mantêm relações diplomáticas formais, o que significa que não há embaixada israelense em Jacarta.
“O fato de esses incidentes trágicos continuarem a ocorrer mostra que algo ali ainda não é totalmente seguro”, lamentou.
Como é a trilha de vulcão na Indonésia onde brasileira morreu
Com 3.726 metros de altitude, o Monte Rinjani é o segundo ponto mais alto da Indonésia. Juliana caiu por volta dos 3 mil metros. No sábado (21), ela já havia escorregado cerca de 300 metros encosta abaixo. Nos dias seguintes, continuou descendo pela montanha. O corpo foi localizado nesta terça-feira (24), a cerca de 600 metros da trilha.
Segundo o governo da Indonésia, desde 2020, ao menos oito pessoas morreram e cerca de 180 se acidentaram na região. A área do vulcão Rinjani é de difícil acesso, com terreno íngreme, pedras escorregadias devido ao sereno e constante neblina, que compromete a visibilidade e dificulta as operações de resgate.
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Juliana Marins era natural de Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Aos 24 anos, atuava como publicitária e dançarina profissional de pole dance. Nas redes sociais, costumava compartilhar registros de suas performances.
De acordo com a irmã, Mariana Marins, Juliana fazia um mochilão pela Ásia desde fevereiro e já havia passado por países como Vietnã, Tailândia e Filipinas.